Novas tecnologias e mediação pedagógica. Campinas
Para onde
estamos caminhando no ensino?
Com as mudanças na sociedade, as formas de ensinar
também sofreram alterações, tantos os professores como os alunos percebem que
muitas aulas convencionais estão ultrapassadas. É inevitável a pergunta: Para
onde mudar? Como ensinar e aprender em uma sociedade interconectada?
Mudanças na educação é importante para mudar a
sociedade. As tecnologias estão cada vez mais em evidência e os investimentos
visam ter cada classe conectada à Internet e cada aluno com um notebook;
investe-se também em educação a distância, educação contínua, cursos de curta
duração. Mas só tecnologia não basta. “Ensinar é um desafio constante”.
Os
desafios de ensinar e educar com qualidade.
Preocupa-se hoje mais com ensino de qualidade do que
com educação de qualidade. Ensino e educação são conceitos diferentes. O ensino destina-se a ajudar os alunos a
compreender áreas específicas do conhecimento (ciências, história, matemática).
Educação é um o foco além de ensinar, é ajudar a
integrar ensino e vida, conhecimento e ética, reflexão e ação, é ajudar a
integrar todas as dimensões da vida e encontrar o caminho intelectual,
emocional, profissional que leve o indivíduo a realização e contribuição para a
mudança social.
Educar é transformar a vida em processos permanentes
de aprendizagem. É ajudar os alunos na construção de sua identidade, do seu
caminho pessoal e profissional, mostrar um projeto de vida que lhes permitam
encontrar seus espaços pessoais, tanto no social como no profissional, com o
objetivo de torná-los cidadãos realizados e produtivos.
Ensinar é um processo social de cada cultura com suas
normas, tradições e leis, mas não deixa de ser pessoal, pois cada um desenvolve
seu estilo, aprendem e ensinam. O aluno precisa querer aprender e para isso,
precisa de maturidade, motivação e de competência adquirida.
As
dificuldades para mudar na educação.
As mudanças na educação dependem, em primeiro lugar de
termos educadores maduros, intelectuais e emocionalmente curiosos, que saibam
motivar e dialogar.
O educador autêntico é humilde e confiante, mostra o
que sabe, porém está sempre atento ao novo, ensina aprendendo a valorizar a
diferença, a improvisar. Aprender por sua vez, é passar da incerteza a uma
certeza provisória, pois dará lugar as novas descobertas, não há estagnação no
sistema de aprendizagem e descobertas. O novo deve ser questionado, indagado e
não aceito sem análise prévia. Por isso é
importante termos educadores/ pais, com amadurecimento intelectual,
emocional, ético que facilite todo o processo de aprendizagem.
As mudanças na educação dependem também de
administradores, diretores e coordenadores que atendam todos os níveis do
processo educativo.
Os alunos também fazem parte da mudança. Alunos
curiosos e motivados, ajudam o professor a educar, pois tornam-se
interlocutores e parceiros do professor, visando um ambiente culturalmente
rico.
A
construção do conhecimento na sociedade da informação.
Conhecer significa compreender todas as dimensões da
realidade, captar e saber expressar essa totalidade de forma cada vez mais
ampla e integral. Pensar e aprender a raciocinar, a organizar o discurso,
submetendo-o a critérios. O desenvolvimento da habilidade de raciocínio é
fundamental para a compreensão do mundo. Além do raciocínio, a emoção facilita
ou complica o processo de conhecer.
A informação dá-se de várias formas, segundo o nosso
objetivo e o nosso universo cultural. A forma mais habitual é o processamento
lógico-seqüencial, que se expressa na linguagem falada e escrita, na qual o
sentido vai sendo construído aos poucos, em seqüência concatenada.
A informação de forma hiper-textual, contando
histórias, relatando situações que se interlaçam, ampliam-se, nos mostrando
novos significados importantes, inesperados. É a comunicação “linkada”. A
construção do pensamento é lógica, coerente, sem seguir uma única trilha, como
em ondas que vão ramificando-se em diversas outras. Hoje, cada vez mais processamos as
informações de forma multimídia, juntando pedaços de textos de várias
linguagens superpostas, que compõem um mosaico ou tela impressionista, e que se
conectam com outra tela multimídico. Uma leitura em flash, uma leitura rápida
que cria significações provisórias, dando uma interpretação rápida para o todo,
através dos interesses, percepções, do modo de sentir e relacionar-se de cada
um.
A construção do conhecimento, a partir do
processamento multimídia é mais livre, menos rígida, com maior abertura, passa
pelo sensorial, emocional e pelo racional; uma organização provisória que se
modifica com facilidade. Convivemos com essas diferentes formas de
processamento da informação e dependendo da bagagem cultural, da idade e dos
objetivos, predominará o processamento seqüencial, o hipertextual ou o multimídico.
Atualmente perante a rapidez que temos que enfrentar
situações diferentes e cada vez mais utilizamos o processo multimídico. A
televisão utiliza uma narrativa com várias linguagens superpostas, atraentes,
rápidas, porém, traz conseqüências para a capacidade de compreender temas mais abstratos.
Em síntese, as formas de informação multimídia ou
hipertextual são mais difundidas. As crianças, os jovens sintonizados com esta
forma de informação quando lidam com textos, fazem-no de forma mais fácil com o
texto conectado através de links, o hipertexto.
O livro então se torna uma opção menos atraente. Não
podemos, nos limitar em uma ou outra forma de lidar com a informação, devemos
utilizar todas em diversos momentos.
Há um tipo de conhecimento multimídico de respostas
rápidas que é importante. É preciso saber selecionar para encontrar conexões,
causas e efeitos, tudo é fluido e válido, tudo tem sua importância e em pouco
tempo perde o valor anterior.
É uma atitude que se manifesta no navegar na Internet,
ao deixar-se ficar diante da televisão, numa salada de dados, informações e
enfoques. As pessoas não permanecem passivas, elas interagem de alguma forma,
mas muitos não estão preparados para receber tal variedade de dados e adotam a
última moda na mídia ou na roupa, que efêmeros, são facilmente esquecidos e/ou
substituídos.
Tornamo-nos cada vez mais dependentes do sensorial. É
bom, mas muitos não partem do sensorial para vôos mais ricos, mais abertos,
inovadores. Muitos dados e informações não significam necessariamente mais e
melhor conhecimento. O conhecimento torna-se produtivo se o integrarmos em uma
visão ética pessoal, transformando-o em sabedoria, em saber pensar para agir
melhor.
Caminhos
que facilitam a aprendizagem.
Podemos extrair alguma informação ou experiência de
tudo, de qualquer situação, leitura ou pessoa, que nos possa ajudar a ampliar o
nosso conhecimento, para confirmar o que já sabemos ou rejeitar determinadas
opiniões.
Um dos grandes desafios para o educador é ajudar a
tornar a informação significativa, escolher as verdadeiramente importantes, a
compreendê-las de forma cada vez mais abrangente e profunda.
Aprendemos melhor, quando vivenciamos, experimentamos,
sentimos, descobrindo novos significados, antes despercebidos. Aprendemos mais,
quando estabelecemos pontes entre a reflexão e a ação, entre a experiência e a
conceituação, entre a teoria e a prática: quando uma completa a outra.
Aprendemos quando equilibramos e integramos o
sensorial, o racional, o emocional, o ético, o pessoal e o social.
Aprendemos quando interagimos com os outros e o mundo.
Aprendemos pelo interesse, pela necessidade.
Aprendemos quando percebemos o objetivo, a utilidade
de algo, que nos traz vantagens perceptíveis.
Aprendemos pela criação de hábitos, pela automatização
de processos, pela repetição. Aprendemos mais,
quando conseguimos juntar todos os fatores: temos interesse, motivação
clara, desenvolvemos hábitos que facilitam o processo de aprendizagem e
sentimos prazer no que estudamos.
Aprendemos realmente quando conseguimos transformar
nossa vida em um processo constante, paciente, confiante e afetuoso de
aprendizagem.
Conhecimento
pela comunicação e pela interiorização.
A informação é o primeiro passo para conhecer.
Conhecer é relacionar, integrar, contextualizar, fazer nosso o que vem de fora.
Conhecer a aprofundar os níveis de descoberta, é conseguir chegar ao nível de
sabedoria, da integração total.
O conhecimento se dá no processo rico de interação
externo e interno. Conseguimos compreender melhor o mundo e os outros,
equilibrando os processos de interação e de interiorização.
Pela
interação, entramos em contato com
tudo o que nos rodeia, captamos as mensagens, mas a compreensão só se completa
com a interiorização, com o processo
de síntese pessoal de reelaboração de tudo que captamos pela interação.
Os meios de comunicação puxam-nos em direção ao
externo. Hoje há mais pessoas voltadas para fora do que para dentro de si, mais
repetidoras do que criadoras; se equilibrarmos o interagir e o interiorizar conseguiremos
avançar mais e compreender melhor o que nos rodeia, o que somos.
Os processos de conhecimento dependem do social, do
ambiente onde vivemos. O conhecimento depende significativamente de como cada
um processa as suas experiências, quando crianças, principalmente no campo
emocional.
As interferências emocionais, os roteiros aprendidos
na infância, levam as formas de aprender automatizadas. Um deles é o da
passagem da experiência particular para a geral, chamado generalização. Com a repetição de situações semelhante a tendência
do cérebro é a de acreditar que elas acontecerão sempre do mesmo modo, e isso
torna-se algo geral, padrão.
Com a generalização, facilitamos a compreensão rápida,
mas podemos deturpar ou simplificar a nossa percepção do objetivo focalizado.
Esses processos de generalização levam a mudanças,
distorções, a alterações na percepção da realidade.
Se nossos processos de percepção estão distorcidos,
podem nos levar desde pequenos a enxergar-nos de forma negativa. Um dos eixos
de mudança na educação seria um processo de comunicação autêntica e aberta
entre professores e alunos, comunidade, incluindo os funcionários e os pais. Só
aprendemos dentro de um contexto comunicacional participativo, interativo,
vivencial. Autoritarismo não vale a
pena, pois os alunos não aprendem a ser cidadãos.
As organizações que quiserem evoluir terão que
aprender a reeducar-se em ambientes de mais confiabilidade, de cooperação, de
autenticidade.
Podemos
modificar a forma de ensinar.
Cada organização através de seus administradores
precisa encontrar sua forma de ensinar, criando um projeto inovador.
Para encaminhar nossas dificuldades em ensinar
poderiam ser estas algumas pistas:
*
Equilibrar o planejamento institucional e o
pessoal nas organizações educacionais;
*
Integrar em planejamento flexível com
criatividade sinérgica;
*
Realizar um equilíbrio entre flexibilidade,
que está ligada ao conceito de liberdade, criatividade e a organização;
*
Avançar os programas previstos às necessidades
dos alunos, criando conexões com o cotidiano, com o inesperado;
*
Equilibrar: planejamento e criatividade;
*
Aceitar os imprevistos, gerenciar o que
podemos prever e a incorporar o novo;
*
Criatividade que envolve sinergia, valorizando
as contribuições de cada um.
Ensinar e aprender exigem hoje muito mais
flexibilidade, espaço-temporal, pessoal e de grupo, menos conteúdos fixo, mais
pesquisas.
Uma das dificuldades da aprendizagem é conciliar a
extensão das informações, a variedade das fontes de acesso, com o
aprofundamento da sua compreensão.
O papel principal do professor é ensinar o aluno a
interpretar os dados, a relacioná-los, a contextualizá-los. Aprender depende
também do aluno de que ele esteja maduro para entender a informação.
É importante não começar pelos problemas, erros, pelo
negativo, pelos limites, mas sim pela educação positiva, pelo incentivo, pela
esperança.
O docente
como orientador/ mediador da aprendizagem
O professor é um pesquisador em serviço. Aprende
com a pesquisa com a prática e ensina a partir do que aprende. O seu papel é
fundamentalmente o de um orientador/ mediador:
*
Orientador/mediador/intelectual: informa, ajuda a escolher as informações mais
importantes, fazendo os alunos compreendê-las e adaptá-las aos seus conceitos
pessoais. Ajuda a ampliar a compreensão de tudo.
*
Orientador/
mediador/ emocional: motiva,
incentiva, estimula.
*
Orientador/
mediador gerencial e comunicacional:
organizam grupos, atividades de pesquisas, ritmos, interações. Organiza o
processo de avaliação, é a ponte principal entre as instituições, os alunos e
os demais grupos envolvidos da comunidade. Ajuda a desenvolver todas as formas
de expressão, de interação de sinergia, de troca de linguagem, conteúdos e
tecnologias.
*
Orientador
ético: ensina a assumir, vivenciar
valores construtivos, individuais e socialmente vai organizando continuamente
seu quadro referencial de valores, idéias, atitudes, tendo alguns eixos
fundamentais comuns como a liberdade, a cooperação, a integração pessoal.
Alguns princípios metodológicos norteadores:
*
Integrar tecnologia, metodologias e
atividades.
*
Integrar textos escritos, comunicação oral,
hipertextual, multimídia.
*
Aproximação da mídia e das atividades para que
haja um fácil trânsito de um meio ao outro.
*
Trazer o universo do audiovisual para dentro
da escola.
*
Variação no modo de dar aulas e no processo de
avaliação.
*
Planejar e improvisar, ajustar-se às
circunstâncias, ao novo.
*
Valorizar a presença e a comunicação virtual,
*
Equilibrar a presença e a distância.
Integrar
as tecnologias de forma inovadora
É importante na aprendizagem integrar todas as
tecnologias: as telemáticas, as audiovisuais, lúdicas, as textuais, musicais.
Passamos muito rapidamente do livro, para a televisão
e o vídeo e destes para a Internet sem saber explorar todas as possibilidades
de cada meio. O docente deve encontrar a forma mais adequada de integrar as
várias tecnologias e os procedimentos metodológicos.
Integrar
os meios de comunicação na escola
Antes de chegar à escola a criança passa por processos
de educação importantes como o familiar e o da mídia eletrônica e neste
ambiente vai desenvolvendo suas conexões cerebrais, roteiros mentais,
emocionais e linguagem.
A criança aprende a informar-se, a conhecer os outros,
o mundo e a si mesma. A relação com a mídia eletrônica é prazerosa e sedutora,
mesmo durante o período escolar, a mídia mostra o mundo de outra forma, mais
fácil, agradável. A mídia continua educando como contraposto à educação
convencional, educa enquanto entretém.
Os meios de comunicação desenvolvem formas
sofisticadas de comunicação e opera imediatamente com o sensível, o concreto, a
imagem em movimento. O
olho nunca consegue captar toda a informação, então o essencial, o suficiente é
escolhido para dar sentido ao caos e organizar a multiplicidade de sensações e
dados.
A organização da narrativa televisiva baseia-se numa
lógica mais intuitiva, mais conectiva, portanto não é uma lógica convencional,
de causa-efeito.
A televisão estabelece uma conexão aparentemente
lógica entre mostrar e demonstrar: “se uma imagem impressiona então é
verdadeira”. Também é muito comum a lógica de generalizar a partir de uma
situação concreta, do individual, tendemos ao geral. Ex: dois escândalos na
família real inglesa e se tira conclusões sobre a ética da realeza como um
todo. Uma situação isolada converte-se em uma situação padrão.
Integrar a televisão e o vídeo na educação escolar
Vídeo para o aluno significa descanso e não aula. Essa
expectativa deve ser aproveitada para atrair o aluno. A televisão e o vídeo partem
do concreto, do visível, daquilo que toca todos os sentidos.
Televisão e vídeo exploram também o ver, o visualizar,
ter diante de nós as pessoas, os cenários, cores, relações espaciais, imagens
estáticas e dinâmicas, câmaras fixas ou em movimento, personagens quietos ou
não.
A fala aproxima o vídeo do cotidiano, de como as
pessoas se comunicam, enquanto o narrador costura as cenas, dentro da norma
culta, orientando a significação do conjunto. A música e os efeitos sonoros
servem como evocação de situações passadas próximas às personagens do presente
e cria expectativas.
A televisão e o vídeo são sensoriais, visuais as
linguagens se interagem não são separadas. As linguagens da T.V. e do vídeo
respondem à sensibilidade dos jovens e de adultos. Dirigem-se mais à
afetividade do que a razão. O jovem vê para compreender a linguagem
audiovisual, desenvolve atitudes perceptivas como a imaginação enquanto a
linguagem escrita desenvolve mais a organização, a abstração e a análise
lógica.
Propostas
de utilização da televisão e do vídeo na educação escolar
*
Começar com os vídeos mais simples, próximos a
sensibilidade dos alunos e depois partir para exibição de vídeos mais
elaborados.
*
Vídeo como
sensibilização: Um bom vídeo é
interessante para introduzir um novo assunto, despertando e motivando novos
temas.
*
Para a sala de aula realidades distantes do
aluno.
*
Vídeo como
simulação: É uma ilustração mais
sofisticada, pois pode simular experiências de química que seriam perigosas em laboratórios. Pode
mostrar o crescimento de uma planta, da semente até a maturidade.
*
Vídeo como
conteúdo de ensino: Mostra o assunto
de forma direta orientando e interpretando um tema de foram indireta,
permitindo abordagens diversas deste tema.
*
Vídeo como
produção: Registro de eventos, estudo
do meio, experiências, entrevistas, depoimentos.
*
Vídeo como
intervenção: Interferir, modificar um
determinado programa, acrescentar uma nova trilha sonora ou introduzir novas
cenas com novos significados.
*
Vídeos como
expressão: Como nova forma de comunicação
adaptada à sensibilidade das crianças e dos jovens. Produzem programas informativos feitos pelos
próprios alunos.
*
Vídeo
integrando o processo de avaliação: dos
alunos e do professor.
*
Televisão/vídeo
– espelho: Os alunos vêem-se nas
telas, discutindo seus gestos, cacoetes, para análise do grupo e dos papéis de
cada um. Incentiva os mais retraídos e corrige os que falam muito.
Algumas
dinâmicas de análise da televisão e do vídeo
Análise em
conjunto: O professor exibe as cenas
principais e as comenta junto com os alunos. O professor não deve ser o
primeiro a opinar e sim posicionar-se
depois dos alunos.
Análise
globalizante: Depois da exibição do vídeo abordar os alunos a respeito das
seguintes questões: 1- aspectos
positivos do vídeo. 2-aspectos negativos. 3- idéias principais que foram
abordadas. 4- o que eles mudariam no vídeo. Discutir essas questões em grupos,
que são depois relatadas por escrito, o professor faz a síntese final.
Leitura
concentrada: Escolher depois uma ou
duas cenas marcantes e revê-las mais vezes. Observar o que chamou a atenção.
Análise
funcional: Antes da exibição do vídeo
escolar, alguns alunos para desenvolverem algumas funções, anotar palavras
chaves, imagens mais significativas, mudanças acontecidas no vídeo, tudo será
anotado no quadro e posteriormente comentado pelo professor.
Análise da
linguagem: Reconstrução da história,
como é contada a história, que idéias foram passadas, quais as mensagens não
questionadas, aceitas sem discussão, como foram apresentados a justiça, o
trabalho, o amor, o mundo e como cada participante reagiu.
Completar o
vídeo: Pedir aos alunos apara
modificarem alguma parte do vídeo, criar um novo material, adaptado à sua
realidade.
Vídeo
produção: Fazer uma narrativa sobre
um determinado assunto. Pesquisa em jornais, revistas, entrevistar pessoas e
exibir em classe.
Vídeo
espelho: A câmara registra pessoas ou
grupos e depois se observa e comenta-se o resultado.
Vídeo
dramatização: Usar a representação
teatral, pelos alunos, expressar o que o vídeo mostrou.
Comparar
versões: Observar os pontos de
convergência e divergências do vídeo. Ótimo para aulas de literatura. Comparar
o vídeo e a obra literária original.
O
computador e a Internet
O computador permite cada vez mais pesquisar, simular
situações, testar conhecimentos específicos, descobrir novos conceitos, lugar e
idéias. Com a Internet pode-se modificar mais facilmente a forma de ensinar e
aprender. Procurar estabelecer uma relação de empatia com os alunos, procurando
conhecer seus interesses, formação e perspectivas para o futuro. É importante
para o sucesso pedagógico a forma de relacionamento professor/aluno.
Descobrir as competências dos alunos motivá-los para
aprender, para participar de aula-pesquisa e para a tecnologia que será usada
entre elas a Internet.
O professor pode criar uma página pessoal na Internet,
um lugar de referência para cada matéria e para cada aluno. Orientar os alunos
para que estes criem suas páginas e participem de pesquisas em grupo, discutam
assuntos em chats. O
papel do professor amplia-se – do informador transforma-se em orientador de
aprendizagem, em gerenciador de pesquisa e comunicação dentro e fora da sala de
aula.
Lista
eletrônica/ Fórum
Incentivar os alunos a aprender navegar na Internet e
que todos tenham seu endereço eletrônico (e-mail), e com isso criar uma lista
interna de cada turma que irá ajudar a criar uma conexão virtual entre eles.
Aulas –
pesquisa
Transformar uma parte das aulas em processos contínuo
de informação, comunicação e pesquisa, equilibrando o conhecimento individual e
o grupal, entre o professor- coordenador- facilitador e os alunos,
participantes ativos.
Trabalhar os temas do curso coletivamente, mas
pesquisando mais individualmente ou em pequenos grupos os temas secundários. Os
grandes temas são coordenados pelo professor e pesquisados pelos alunos. Assim
o papel do aluno não é de executar atividades, mas o de co-pesquisador
responsável pelo resultado final do trabalho.
O professor coordena a escolha de temas ou questões
mais específicas, procura ajudar a ampliar o universo alcançado pelos alunos, a
problematizar, a descobrir novos significados das informações.
Construção
cooperativa
A Internet favorece a construção cooperativa, ou seja,
o trabalho conjunto de professor e alunos.
Um modo interessante de cooperativismo é criar uma
página dos alunos, um espaço virtual de referência, onde vai sendo colocado o
que acontece de mais importante no curso. Pode ser um site provisório ou um
conjunto de sites individuais.
É importante combinar o que podemos fazer melhor em
sala de aula, conhecer-nos motivar-nos, reencontrar-nos com o que podemos fazer
a distância, comunicar-nos, quando necessário e acessar os materiais
construídos em conjunto na homepage.
O espaço de trocas de conhecimento transita da sala de
aula para o virtual.
Preparar
os professores para a utilização do computador e da Internet
Tanto o professor como o aluno têm que estar atentos
às novas tecnologias, principalmente à Internet. Para tanto é necessário que
haja salas de aula conectadas e adequadas para pesquisa, laboratórios bem
equipados. Facilitar o acesso de alunos e da escola aos meios de informática,
diminuir a distância que separa os que podem e os que não podem pagar pelo
acesso à informação.
Ajudar na familiarização com o computador e no navegar
na Internet, na utilização pedagógica da Internet e dos programas multimídia.
Ensiná-los a fazer pesquisa interagindo com o mundo.
Questões
que a Internet coloca aos professores
Utilizar a Internet para ensinar exige muita atenção
dos professores. Não se deter diante de tantas possibilidades de informação,
saber selecionar as mais importantes. Uma página bem apresentada, atraente
dever ser imediatamente selecionada e pesquisada. A Internet facilita a
motivação dos alunos, pela novidade e pelas possibilidades inesgotáveis de
pesquisa que oferece.
A Internet ajuda a desenvolver a intuição, a
flexibilidade mental e a adaptação a ritmos diferentes: A intuição porque as
informações vão sendo descobertas por acerto e erro. Desenvolve a
flexibilidade, porque as maiores parte das seqüências são imprevisíveis,
abertas.
Na Internet também desenvolvemos novas formas de
comunicação principalmente escrita. Escrevemos de forma mais aberta,
hipertextual, multilinguística; todos se esforçam para escrever bem. A
comunicação afetiva, a criação de amigos em diferentes países é um outro grande
resultado, individual e coletivo, dos projetos.
Alguns
problemas no uso da Internet na educação
Os dados e informações são muitos, e, portanto gera
uma certa confusão entre informação e conhecimento.
Na informação os dados organizam-se dentro de uma
lógica, de uma estrutura determinada.
Conhecimento é integrar a informação no nosso
referencial tornando-a significativa para nós. Alguns alunos estão acostumados
a receber tudo pronto do professor e, portanto não aceitam esta mudança na
forma de ensinar.
Também há os professores que não aceitam o ensino
multimídia, porque parece um modo de ficar brincando de aula....
Na navegação muitos alunos se perdem pelas inúmeras
possibilidades de navegação e acabam se dispersando. Deve-se orientá-los a
selecionar, comparar, sintetizar o que é mais relevante, possibilitando um
aprofundamento maior e um conhecimento significativo.
Mudanças
no ensino presencial com tecnologia
Muitos alunos já começam a utilizar o notebook para
pesquisa, para solução de problemas. O professor também acompanha esta mudança
motivando os alunos através dos avanços tecnológicos. Teremos com esta atitude
mais ambientes de pesquisa grupal e individual em cada escola; ex: as
bibliotecas transformam-se em espaços de integração de mídias e banco de dados.
Com isto haverá mais participação no processo de
comunicação, tornando a relação professor/aluno mais aberta e interativa, mais
integração entre sociedade e a escola, entre aprendizagem e a vida.
Quando
vale a pena encontrar-nos na sala de aula?
Aprendemos e ensinamos com programas que apresentam o
melhor da educação presencial com as novas formas virtuais; porém há momentos
que precisamos encontrar-nos fisicamente, em geral no começo e no final de um
assunto ou curso.
Equilibrar
o presencial e o virtual
Dificuldades no ensino presencial não serão resolvidos
com o virtual. Unir os dois modos de comunicação o presencial e o virtual e
valorizando o melhor de cada um é a solução.
As atividades que fazemos no presencial como
comunidades, criação de grupos afins. Definir objetivos, conteúdos, formas de
pesquisas e outras informações iniciais.
A comunicação virtual permite interações espaço-temporais mais livres,
adaptação a ritmos diferentes dos alunos novos contatos com pessoas
semelhantes, mas distantes, maior liberdade de expressão à distância.
Com o processo virtual o conceito de curso, de aula
também muda. As crianças têm mais necessidade do contato físico para ajudar na
socialização, mas nos cursos médios e superiores, o virtual superará o
presencial. Menos salas de aulas e mais salas ambientes, de pesquisa, de
encontro, interconectadas.
Tecnologias
na educação a distância
Muitas organizações estão se limitando a transpor para
o virtual, adaptações do ensino presencial. Começamos a passar dos modelos
individuais para os grupais. A educação a distância mudará de concepção, de
individualista para mais grupal, de isolada para participação em grupos. Educação
a distância poderá ajudar os participantes a equilibrar as necessidades e
habilidades pessoais com a participação em grupos-presenciais e virtuais.
Alguns
caminhos para integrar as tecnologias num ensino inovador
Na sociedade informatizada, estamos aprendendo a
conhecer a comunicar-nos, ensinar, reaprendendo a integrar o humano e o
tecnológico, a integrar o indivíduo, o grupal e o social. É importante chegar
ao aluno por todos os caminhos possíveis, experiência, imagem, som,
dramatizações, simulações.
Partir de onde o aluno está e ajudá-lo a ir do
concreto ao abstrato, do vivencial para o intelectual. Tanto nos cursos
convencionais como nos cursos a distância teremos que aprender a lidar com a
informação e o conhecimento de formas novas, através de muitas pesquisas e
comunicação constante.
Ensinar não é só falar, mas se comunicar, com
credibilidade, falando de algo que conhecemos e vivenciamos e que contribua
para que todos avancemos no grau de compreensão do que existe. As principais
reações que o bom professor/ educador desperta no aluno são: confiança,
credibilidade e entusiasmo.
Necessitamos de pessoas livres nas empresas e nas
escolas que modifiquem as estruturas arcaicas e autoritárias existentes. Se
somos pessoas abertas iremos utilizar as tecnologias para comunicar e interagir
mais e melhor.
Se formos pessoas fechadas, desconfiadas, as
tecnologias serão usadas de forma defensiva. O poder de interação não está nas
tecnologias, mas em nossas mentes. Ensinar com as novas tecnologias será válido
se mudarmos os paradigmas convencionais do ensino que mantém a distância de
professores entre alunos.
Caso
contrário conseguiremos dar um verniz de modernidade sem mexer no essencial.
Referencia onde foi retirado o texto:
www.adidatica.com.br/arquivos/MORAN.doc
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