sexta-feira, 31 de maio de 2013

NOVAS TECNOLOGIAS


http://www.youtube.com/watch?v=1iDhagwKvp0

Novas tecnologias e mediação pedagógica. Campinas



Novas tecnologias e mediação pedagógica. Campinas


Para onde estamos caminhando no ensino?
Com as mudanças na sociedade, as formas de ensinar também sofreram alterações, tantos os professores como os alunos percebem que muitas aulas convencionais estão ultrapassadas. É inevitável a pergunta: Para onde mudar? Como ensinar e aprender em uma sociedade interconectada?
Mudanças na educação é importante para mudar a sociedade. As tecnologias estão cada vez mais em evidência e os investimentos visam ter cada classe conectada à Internet e cada aluno com um notebook; investe-se também em educação a distância, educação contínua, cursos de curta duração. Mas só tecnologia não basta. “Ensinar é um desafio constante”.


Os desafios de ensinar e educar com qualidade.
Preocupa-se hoje mais com ensino de qualidade do que com educação de qualidade. Ensino e educação são conceitos diferentes.  O ensino destina-se a ajudar os alunos a compreender áreas específicas do conhecimento (ciências, história, matemática).
Educação é um o foco além de ensinar, é ajudar a integrar ensino e vida, conhecimento e ética, reflexão e ação, é ajudar a integrar todas as dimensões da vida e encontrar o caminho intelectual, emocional, profissional que leve o indivíduo a realização e contribuição para a mudança social.
Educar é transformar a vida em processos permanentes de aprendizagem. É ajudar os alunos na construção de sua identidade, do seu caminho pessoal e profissional, mostrar um projeto de vida que lhes permitam encontrar seus espaços pessoais, tanto no social como no profissional, com o objetivo de torná-los cidadãos realizados e produtivos.
Ensinar é um processo social de cada cultura com suas normas, tradições e leis, mas não deixa de ser pessoal, pois cada um desenvolve seu estilo, aprendem e ensinam. O aluno precisa querer aprender e para isso, precisa de maturidade, motivação e de competência adquirida.


As dificuldades para mudar na educação.
As mudanças na educação dependem, em primeiro lugar de termos educadores maduros, intelectuais e emocionalmente curiosos, que saibam motivar e dialogar.
O educador autêntico é humilde e confiante, mostra o que sabe, porém está sempre atento ao novo, ensina aprendendo a valorizar a diferença, a improvisar. Aprender por sua vez, é passar da incerteza a uma certeza provisória, pois dará lugar as novas descobertas, não há estagnação no sistema de aprendizagem e descobertas. O novo deve ser questionado, indagado e não aceito sem análise prévia. Por isso é  importante termos educadores/ pais, com amadurecimento intelectual, emocional, ético que facilite todo o processo de aprendizagem.
As mudanças na educação dependem também de administradores, diretores e coordenadores que atendam todos os níveis do processo educativo.
Os alunos também fazem parte da mudança. Alunos curiosos e motivados, ajudam o professor a educar, pois tornam-se interlocutores e parceiros do professor, visando um ambiente culturalmente rico.


A construção do conhecimento na sociedade da informação.
Conhecer significa compreender todas as dimensões da realidade, captar e saber expressar essa totalidade de forma cada vez mais ampla e integral. Pensar e aprender a raciocinar, a organizar o discurso, submetendo-o a critérios. O desenvolvimento da habilidade de raciocínio é fundamental para a compreensão do mundo. Além do raciocínio, a emoção facilita ou complica o processo de conhecer.
A informação dá-se de várias formas, segundo o nosso objetivo e o nosso universo cultural. A forma mais habitual é o processamento lógico-seqüencial, que se expressa na linguagem falada e escrita, na qual o sentido vai sendo construído aos poucos, em seqüência concatenada.
A informação de forma hiper-textual, contando histórias, relatando situações que se interlaçam, ampliam-se, nos mostrando novos significados importantes, inesperados. É a comunicação “linkada”. A construção do pensamento é lógica, coerente, sem seguir uma única trilha, como em ondas que vão ramificando-se em diversas outras.  Hoje, cada vez mais processamos as informações de forma multimídia, juntando pedaços de textos de várias linguagens superpostas, que compõem um mosaico ou tela impressionista, e que se conectam com outra tela multimídico. Uma leitura em flash, uma leitura rápida que cria significações provisórias, dando uma interpretação rápida para o todo, através dos interesses, percepções, do modo de sentir e relacionar-se de cada um.
A construção do conhecimento, a partir do processamento multimídia é mais livre, menos rígida, com maior abertura, passa pelo sensorial, emocional e pelo racional; uma organização provisória que se modifica com facilidade. Convivemos com essas diferentes formas de processamento da informação e dependendo da bagagem cultural, da idade e dos objetivos, predominará o processamento seqüencial, o hipertextual ou o multimídico.
Atualmente perante a rapidez que temos que enfrentar situações diferentes e cada vez mais utilizamos o processo multimídico. A televisão utiliza uma narrativa com várias linguagens superpostas, atraentes, rápidas, porém, traz conseqüências para a capacidade de compreender  temas mais abstratos.
Em síntese, as formas de informação multimídia ou hipertextual são mais difundidas. As crianças, os jovens sintonizados com esta forma de informação quando lidam com textos, fazem-no de forma mais fácil com o texto conectado através de links, o hipertexto.
O livro então se torna uma opção menos atraente. Não podemos, nos limitar em uma ou outra forma de lidar com a informação, devemos utilizar todas em diversos momentos.
Há um tipo de conhecimento multimídico de respostas rápidas que é importante. É preciso saber selecionar para encontrar conexões, causas e efeitos, tudo é fluido e válido, tudo tem sua importância e em pouco tempo perde o valor anterior.
É uma atitude que se manifesta no navegar na Internet, ao deixar-se ficar diante da televisão, numa salada de dados, informações e enfoques. As pessoas não permanecem passivas, elas interagem de alguma forma, mas muitos não estão preparados para receber tal variedade de dados e adotam a última moda na mídia ou na roupa, que efêmeros, são facilmente esquecidos e/ou substituídos.
Tornamo-nos cada vez mais dependentes do sensorial. É bom, mas muitos não partem do sensorial para vôos mais ricos, mais abertos, inovadores. Muitos dados e informações não significam necessariamente mais e melhor conhecimento. O conhecimento torna-se produtivo se o integrarmos em uma visão ética pessoal, transformando-o em sabedoria, em saber pensar para agir melhor.


Caminhos que facilitam a aprendizagem.
Podemos extrair alguma informação ou experiência de tudo, de qualquer situação, leitura ou pessoa, que nos possa ajudar a ampliar o nosso conhecimento, para confirmar o que já sabemos ou rejeitar determinadas opiniões.
Um dos grandes desafios para o educador é ajudar a tornar a informação significativa, escolher as verdadeiramente importantes, a compreendê-las de forma cada vez mais abrangente e profunda.
Aprendemos melhor, quando vivenciamos, experimentamos, sentimos, descobrindo novos significados, antes despercebidos. Aprendemos mais, quando estabelecemos pontes entre a reflexão e a ação, entre a experiência e a conceituação, entre a teoria e a prática: quando uma completa a outra.
Aprendemos quando equilibramos e integramos o sensorial, o racional, o emocional, o ético, o pessoal e o social.
Aprendemos quando interagimos com os outros e o mundo. Aprendemos pelo interesse, pela necessidade.
Aprendemos quando percebemos o objetivo, a utilidade de algo, que nos traz vantagens perceptíveis.
Aprendemos pela criação de hábitos, pela automatização de processos, pela repetição. Aprendemos mais,  quando conseguimos juntar todos os fatores: temos interesse, motivação clara, desenvolvemos hábitos que facilitam o processo de aprendizagem e sentimos prazer no que estudamos.
Aprendemos realmente quando conseguimos transformar nossa vida em um processo constante, paciente, confiante e afetuoso de aprendizagem.


Conhecimento pela comunicação e pela interiorização.
A informação é o primeiro passo para conhecer. Conhecer é relacionar, integrar, contextualizar, fazer nosso o que vem de fora. Conhecer a aprofundar os níveis de descoberta, é conseguir chegar ao nível de sabedoria, da integração total.
O conhecimento se dá no processo rico de interação externo e interno. Conseguimos compreender melhor o mundo e os outros, equilibrando os processos de interação e de interiorização.
Pela interação, entramos em contato com tudo o que nos rodeia, captamos as mensagens, mas a compreensão só se completa com a interiorização, com o processo de síntese pessoal de reelaboração de tudo que captamos pela interação.
Os meios de comunicação puxam-nos em direção ao externo. Hoje há mais pessoas voltadas para fora do que para dentro de si, mais repetidoras do que criadoras; se equilibrarmos o interagir e o interiorizar conseguiremos avançar mais e compreender melhor o que nos rodeia, o que somos.
Os processos de conhecimento dependem do social, do ambiente onde vivemos. O conhecimento depende significativamente de como cada um processa as suas experiências, quando crianças, principalmente no campo emocional.
As interferências emocionais, os roteiros aprendidos na infância, levam as formas de aprender automatizadas. Um deles é o da passagem da experiência particular para a geral, chamado generalização. Com a repetição de situações semelhante a tendência do cérebro é a de acreditar que elas acontecerão sempre do mesmo modo, e isso torna-se algo geral, padrão.
Com a generalização, facilitamos a compreensão rápida, mas podemos deturpar ou simplificar a nossa percepção do objetivo focalizado.
Esses processos de generalização levam a mudanças, distorções, a alterações na percepção da realidade.
Se nossos processos de percepção estão distorcidos, podem nos levar desde pequenos a enxergar-nos de forma negativa. Um dos eixos de mudança na educação seria um processo de comunicação autêntica e aberta entre professores e alunos, comunidade, incluindo os funcionários e os pais. Só aprendemos dentro de um contexto comunicacional participativo, interativo, vivencial.  Autoritarismo não vale a pena, pois os alunos não aprendem a ser cidadãos.
As organizações que quiserem evoluir terão que aprender a reeducar-se em ambientes de mais confiabilidade, de cooperação, de autenticidade.


Podemos modificar a forma de ensinar.
Cada organização através de seus administradores precisa encontrar sua forma de ensinar, criando um projeto inovador.
Para encaminhar nossas dificuldades em ensinar poderiam ser estas algumas pistas:

*                     Equilibrar o planejamento institucional e o pessoal nas organizações educacionais;
*                     Integrar em planejamento flexível com criatividade sinérgica;
*                     Realizar um equilíbrio entre flexibilidade, que está ligada ao conceito de liberdade, criatividade e a organização;
*                     Avançar os programas previstos às necessidades dos alunos, criando conexões com o cotidiano, com o inesperado;
*                     Equilibrar: planejamento e criatividade;
*                     Aceitar os imprevistos, gerenciar o que podemos prever e  a incorporar o novo;
*                     Criatividade que envolve sinergia, valorizando as contribuições de cada um.
Ensinar e aprender exigem hoje muito mais flexibilidade, espaço-temporal, pessoal e de grupo, menos conteúdos fixo, mais pesquisas.
Uma das dificuldades da aprendizagem é conciliar a extensão das informações, a variedade das fontes de acesso, com o aprofundamento da sua compreensão.
O papel principal do professor é ensinar o aluno a interpretar os dados, a relacioná-los, a contextualizá-los. Aprender depende também do aluno de que ele esteja maduro para entender a informação.
É importante não começar pelos problemas, erros, pelo negativo, pelos limites, mas sim pela educação positiva, pelo incentivo, pela esperança.


O docente como orientador/ mediador da aprendizagem
O professor é um pesquisador em serviço. Aprende com a pesquisa com a prática e ensina a partir do que aprende. O seu papel é fundamentalmente o de um orientador/ mediador:

*                     Orientador/mediador/intelectual: informa, ajuda a escolher as informações mais importantes, fazendo os alunos compreendê-las e adaptá-las aos seus conceitos pessoais. Ajuda a ampliar a compreensão de tudo.
*                     Orientador/ mediador/ emocional: motiva, incentiva, estimula.
*                     Orientador/ mediador gerencial e comunicacional: organizam grupos, atividades de pesquisas, ritmos, interações. Organiza o processo de avaliação, é a ponte principal entre as instituições, os alunos e os demais grupos envolvidos da comunidade. Ajuda a desenvolver todas as formas de expressão, de interação de sinergia, de troca de linguagem, conteúdos e tecnologias.
*                     Orientador ético: ensina a assumir, vivenciar valores construtivos, individuais e socialmente vai organizando continuamente seu quadro referencial de valores, idéias, atitudes, tendo alguns eixos fundamentais comuns como a liberdade, a cooperação, a integração pessoal.

Alguns princípios metodológicos norteadores:

*                     Integrar tecnologia, metodologias e atividades.
*                     Integrar textos escritos, comunicação oral, hipertextual, multimídia.
*                     Aproximação da mídia e das atividades para que haja um fácil trânsito de um meio ao outro.
*                     Trazer o universo do audiovisual para dentro da escola.
*                     Variação no modo de dar aulas e no processo de avaliação.
*                     Planejar e improvisar, ajustar-se às circunstâncias, ao novo.
*                     Valorizar a presença e a comunicação virtual,
*                     Equilibrar a presença e a distância.


Integrar as tecnologias de forma inovadora
É importante na aprendizagem integrar todas as tecnologias: as telemáticas, as audiovisuais, lúdicas, as textuais, musicais.
Passamos muito rapidamente do livro, para a televisão e o vídeo e destes para a Internet sem saber explorar todas as possibilidades de cada meio. O docente deve encontrar a forma mais adequada de integrar as várias tecnologias e os procedimentos metodológicos.


Integrar os meios de comunicação na escola
Antes de chegar à escola a criança passa por processos de educação importantes como o familiar e o da mídia eletrônica e neste ambiente vai desenvolvendo suas conexões cerebrais, roteiros mentais, emocionais e linguagem.
A criança aprende a informar-se, a conhecer os outros, o mundo e a si mesma. A relação com a mídia eletrônica é prazerosa e sedutora, mesmo durante o período escolar, a mídia mostra o mundo de outra forma, mais fácil, agradável. A mídia continua educando como contraposto à educação convencional, educa enquanto entretém.
Os meios de comunicação desenvolvem formas sofisticadas de comunicação e opera imediatamente com o sensível, o concreto, a imagem em movimento. O olho nunca consegue captar toda a informação, então o essencial, o suficiente é escolhido para dar sentido ao caos e organizar a multiplicidade de sensações e dados.
A organização da narrativa televisiva baseia-se numa lógica mais intuitiva, mais conectiva, portanto não é uma lógica convencional, de causa-efeito.
A televisão estabelece uma conexão aparentemente lógica entre mostrar e demonstrar: “se uma imagem impressiona então é verdadeira”. Também é muito comum a lógica de generalizar a partir de uma situação concreta, do individual, tendemos ao geral. Ex: dois escândalos na família real inglesa e se tira conclusões sobre a ética da realeza como um todo. Uma situação isolada converte-se em uma situação padrão.


Integrar  a televisão e o vídeo na educação escolar
Vídeo para o aluno significa descanso e não aula. Essa expectativa deve ser aproveitada para atrair o aluno. A televisão e o vídeo partem do concreto, do visível, daquilo que toca todos os sentidos.
Televisão e vídeo exploram também o ver, o visualizar, ter diante de nós as pessoas, os cenários, cores, relações espaciais, imagens estáticas e dinâmicas, câmaras fixas ou em movimento, personagens quietos ou não.
A fala aproxima o vídeo do cotidiano, de como as pessoas se comunicam, enquanto o narrador costura as cenas, dentro da norma culta, orientando a significação do conjunto. A música e os efeitos sonoros servem como evocação de situações passadas próximas às personagens do presente e cria expectativas.
A televisão e o vídeo são sensoriais, visuais as linguagens se interagem não são separadas. As linguagens da T.V. e do vídeo respondem à sensibilidade dos jovens e de adultos. Dirigem-se mais à afetividade do que a razão. O jovem vê para compreender a linguagem audiovisual, desenvolve atitudes perceptivas como a imaginação enquanto a linguagem escrita desenvolve mais a organização, a abstração e a análise lógica.


Propostas de utilização da televisão e do vídeo na educação escolar
*                     Começar com os vídeos mais simples, próximos a sensibilidade dos alunos e depois partir para exibição de vídeos mais elaborados.
*                     Vídeo como sensibilização: Um bom vídeo é interessante para introduzir um novo assunto, despertando e motivando novos temas.
*                     Para a sala de aula realidades distantes do aluno.
*                     Vídeo como simulação: É uma ilustração mais sofisticada, pois pode simular experiências de química que seriam perigosas em laboratórios. Pode mostrar o crescimento de uma planta, da semente até a maturidade.
*                     Vídeo como conteúdo de ensino: Mostra o assunto de forma direta orientando e interpretando um tema de foram indireta, permitindo abordagens diversas deste tema.
*                     Vídeo como produção: Registro de eventos, estudo do meio, experiências, entrevistas, depoimentos.
*                     Vídeo como intervenção: Interferir, modificar um determinado programa, acrescentar uma nova trilha sonora ou introduzir novas cenas com novos significados.
*                     Vídeos como expressão: Como nova forma de comunicação adaptada à sensibilidade das crianças e dos jovens.  Produzem programas informativos feitos pelos próprios alunos.
*                     Vídeo integrando o processo de avaliação: dos alunos e do professor.
*                     Televisão/vídeo – espelho: Os alunos vêem-se nas telas, discutindo seus gestos, cacoetes, para análise do grupo e dos papéis de cada um. Incentiva os mais retraídos e corrige os que falam muito.


Algumas dinâmicas de análise da televisão e do vídeo
Análise em conjunto: O professor exibe as cenas principais e as comenta junto com os alunos. O professor não deve ser o primeiro a  opinar e sim posicionar-se depois dos alunos.
Análise globalizante: Depois da exibição do vídeo abordar os alunos a respeito das seguintes questões: 1- aspectos positivos do vídeo. 2-aspectos negativos. 3- idéias principais que foram abordadas. 4- o que eles mudariam no vídeo. Discutir essas questões em grupos, que são depois relatadas por escrito, o professor faz a síntese final.
Leitura concentrada: Escolher depois uma ou duas cenas marcantes e revê-las mais vezes. Observar o que chamou a atenção.
Análise funcional: Antes da exibição do vídeo escolar, alguns alunos para desenvolverem algumas funções, anotar palavras chaves, imagens mais significativas, mudanças acontecidas no vídeo, tudo será anotado no quadro e posteriormente comentado pelo professor.
Análise da linguagem: Reconstrução da história, como é contada a história, que idéias foram passadas, quais as mensagens não questionadas, aceitas sem discussão, como foram apresentados a justiça, o trabalho, o amor, o mundo e como cada participante reagiu.
Completar o vídeo: Pedir aos alunos apara modificarem alguma parte do vídeo, criar um novo material, adaptado à sua realidade.
Vídeo produção: Fazer uma narrativa sobre um determinado assunto. Pesquisa em jornais, revistas, entrevistar pessoas e exibir em classe.
Vídeo espelho: A câmara registra pessoas ou grupos e depois se observa e comenta-se o resultado.
Vídeo dramatização: Usar a representação teatral, pelos alunos, expressar o que o vídeo mostrou.
Comparar versões: Observar os pontos de convergência e divergências do vídeo. Ótimo para aulas de literatura. Comparar o vídeo e a obra literária original.


O computador e a Internet
O computador permite cada vez mais pesquisar, simular situações, testar conhecimentos específicos, descobrir novos conceitos, lugar e idéias. Com a Internet pode-se modificar mais facilmente a forma de ensinar e aprender. Procurar estabelecer uma relação de empatia com os alunos, procurando conhecer seus interesses, formação e perspectivas para o futuro. É importante para o sucesso pedagógico a forma de relacionamento professor/aluno.
Descobrir as competências dos alunos motivá-los para aprender, para participar de aula-pesquisa e para a tecnologia que será usada entre elas a Internet.
O professor pode criar uma página pessoal na Internet, um lugar de referência para cada matéria e para cada aluno. Orientar os alunos para que estes criem suas páginas e participem de pesquisas em grupo, discutam assuntos em chats. O papel do professor amplia-se – do informador transforma-se em orientador de aprendizagem, em gerenciador de pesquisa e comunicação dentro e fora da sala de aula.


Lista eletrônica/ Fórum
Incentivar os alunos a aprender navegar na Internet e que todos tenham seu endereço eletrônico (e-mail), e com isso criar uma lista interna de cada turma que irá ajudar a criar uma conexão virtual entre eles.
Aulas – pesquisa
Transformar uma parte das aulas em processos contínuo de informação, comunicação e pesquisa, equilibrando o conhecimento individual e o grupal, entre o professor- coordenador- facilitador e os alunos, participantes ativos.
Trabalhar os temas do curso coletivamente, mas pesquisando mais individualmente ou em pequenos grupos os temas secundários. Os grandes temas são coordenados pelo professor e pesquisados pelos alunos. Assim o papel do aluno não é de executar atividades, mas o de co-pesquisador responsável pelo resultado final do trabalho.
O professor coordena a escolha de temas ou questões mais específicas, procura ajudar a ampliar o universo alcançado pelos alunos, a problematizar, a descobrir novos significados das informações.
Construção cooperativa
A Internet favorece a construção cooperativa, ou seja, o trabalho conjunto de professor e alunos.
Um modo interessante de cooperativismo é criar uma página dos alunos, um espaço virtual de referência, onde vai sendo colocado o que acontece de mais importante no curso. Pode ser um site provisório ou um conjunto de sites individuais.
É importante combinar o que podemos fazer melhor em sala de aula, conhecer-nos motivar-nos, reencontrar-nos com o que podemos fazer a distância, comunicar-nos, quando necessário e acessar os materiais construídos em conjunto na homepage.
O espaço de trocas de conhecimento transita da sala de aula para  o virtual.


Preparar os professores para a utilização do computador e da Internet
Tanto o professor como o aluno têm que estar atentos às novas tecnologias, principalmente à Internet. Para tanto é necessário que haja salas de aula conectadas e adequadas para pesquisa, laboratórios bem equipados. Facilitar o acesso de alunos e da escola aos meios de informática, diminuir a distância que separa os que podem e os que não podem pagar pelo acesso à informação.
Ajudar na familiarização com o computador e no navegar na Internet, na utilização pedagógica da Internet e dos programas multimídia. Ensiná-los a fazer pesquisa interagindo com o mundo.


Questões que a Internet coloca aos professores
Utilizar a Internet para ensinar exige muita atenção dos professores. Não se deter diante de tantas possibilidades de informação, saber selecionar as mais importantes. Uma página bem apresentada, atraente dever ser imediatamente selecionada e pesquisada. A Internet facilita a motivação dos alunos, pela novidade e pelas possibilidades inesgotáveis de pesquisa que oferece.
A Internet ajuda a desenvolver a intuição, a flexibilidade mental e a adaptação a ritmos diferentes: A intuição porque as informações vão sendo descobertas por acerto e erro. Desenvolve a flexibilidade, porque as maiores parte das seqüências são imprevisíveis, abertas.
Na Internet também desenvolvemos novas formas de comunicação principalmente escrita. Escrevemos de forma mais aberta, hipertextual, multilinguística; todos se esforçam para escrever bem. A comunicação afetiva, a criação de amigos em diferentes países é um outro grande resultado, individual e coletivo, dos projetos.


Alguns problemas no uso da Internet na educação
Os dados e informações são muitos, e, portanto gera uma certa confusão entre informação e conhecimento.
Na informação os dados organizam-se dentro de uma lógica, de uma estrutura determinada.
Conhecimento é integrar a informação no nosso referencial tornando-a significativa para nós. Alguns alunos estão acostumados a receber tudo pronto do professor e, portanto não aceitam esta mudança na forma de ensinar.
Também há os professores que não aceitam o ensino multimídia, porque parece um modo de ficar brincando de aula....
Na navegação muitos alunos se perdem pelas inúmeras possibilidades de navegação e acabam se dispersando. Deve-se orientá-los a selecionar, comparar, sintetizar o que é mais relevante, possibilitando um aprofundamento maior e um conhecimento significativo.


Mudanças no ensino presencial com tecnologia
Muitos alunos já começam a utilizar o notebook para pesquisa, para solução de problemas. O professor também acompanha esta mudança motivando os alunos através dos avanços tecnológicos. Teremos com esta atitude mais ambientes de pesquisa grupal e individual em cada escola; ex: as bibliotecas transformam-se em espaços de integração de mídias e banco de dados.
Com isto haverá mais participação no processo de comunicação, tornando a relação professor/aluno mais aberta e interativa, mais integração entre sociedade e a escola, entre aprendizagem e a vida.


Quando vale a pena encontrar-nos na sala de aula?
Aprendemos e ensinamos com programas que apresentam o melhor da educação presencial com as novas formas virtuais; porém há momentos que precisamos encontrar-nos fisicamente, em geral no começo e no final de um assunto ou curso.


Equilibrar o presencial e o virtual

Dificuldades no ensino presencial não serão resolvidos com o virtual. Unir os dois modos de comunicação o presencial e o virtual e valorizando o melhor de cada um é a solução.
As atividades que fazemos no presencial como comunidades, criação de grupos afins. Definir objetivos, conteúdos, formas de pesquisas e outras informações iniciais.  A comunicação virtual permite interações espaço-temporais mais livres, adaptação a ritmos diferentes dos alunos novos contatos com pessoas semelhantes, mas distantes, maior liberdade de expressão à distância.
Com o processo virtual o conceito de curso, de aula também muda. As crianças têm mais necessidade do contato físico para ajudar na socialização, mas nos cursos médios e superiores, o virtual superará o presencial. Menos salas de aulas e mais salas ambientes, de pesquisa, de encontro, interconectadas.


Tecnologias na educação a distância
Muitas organizações estão se limitando a transpor para o virtual, adaptações do ensino presencial. Começamos a passar dos modelos individuais para os grupais. A educação a distância mudará de concepção, de individualista para mais grupal, de isolada para participação em grupos. Educação a distância poderá ajudar os participantes a equilibrar as necessidades e habilidades pessoais com a participação em grupos-presenciais e virtuais.


Alguns caminhos para integrar as tecnologias num ensino inovador
Na sociedade informatizada, estamos aprendendo a conhecer a comunicar-nos, ensinar, reaprendendo a integrar o humano e o tecnológico, a integrar o indivíduo, o grupal e o social. É importante chegar ao aluno por todos os caminhos possíveis, experiência, imagem, som, dramatizações, simulações.
Partir de onde o aluno está e ajudá-lo a ir do concreto ao abstrato, do vivencial para o intelectual. Tanto nos cursos convencionais como nos cursos a distância teremos que aprender a lidar com a informação e o conhecimento de formas novas, através de muitas pesquisas e comunicação constante.
Ensinar não é só falar, mas se comunicar, com credibilidade, falando de algo que conhecemos e vivenciamos e que contribua para que todos avancemos no grau de compreensão do que existe. As principais reações que o bom professor/ educador desperta no aluno são: confiança, credibilidade e entusiasmo.
Necessitamos de pessoas livres nas empresas e nas escolas que modifiquem as estruturas arcaicas e autoritárias existentes. Se somos pessoas abertas iremos utilizar as tecnologias para comunicar e interagir mais e melhor.
Se formos pessoas fechadas, desconfiadas, as tecnologias serão usadas de forma defensiva. O poder de interação não está nas tecnologias, mas em nossas mentes. Ensinar com as novas tecnologias será válido se mudarmos os paradigmas convencionais do ensino que mantém a distância de professores entre alunos.
Caso contrário conseguiremos dar um verniz de modernidade sem mexer no essencial.



Referencia onde foi retirado o texto:



www.adidatica.com.br/arquivos/MORAN.doc‎

Escolas públicas apostam na tecnologia dentro das salas de aula

Escolas públicas apostam na tecnologia dentro das salas de aula

Conheça escolas brasileiras que trouxeram métodos modernos e aparelhos tecnológicos para dentro das salas de aula.

Imagine alunos de séries diferentes misturados todos no mesmo ambiente,  estudando em computadores e celulares de última geração. Em vez de provas, jogos de computador --e quem acerta passa de fase. Essas inovações já estão acontecendo em escolas públicas e particulares no brasil.

Quem tem mais de 30 anos, quando estava na escola a aula era na frente. Um muro dividia o mundo, Plutão ainda era um planeta e suas pesquisas eram feitas só nos livros. Mas quem é mais novo e está agora na escola já se acostumou a encontrar informação em um clique. A escola mudou. Qual vai ser o papel da tecnologia na sala de aula do futuro?
Além de morarem na comunidade da Rocinha, no Rio de Janeiro, Maria Clara e Giovanni Barroso têm em comum o fato de estarem sempre na frente de uma tela.
Maria Clara já sabe mexer no computador.
Giovanni gosta tanto dos joguinhos que mal consegue prestar atenção em outra coisa. “Tem campo minado, xadrez, copa...” contou o menino, enquanto utiliza o laptop.
Os dois, tão acostumados a ter sempre uma resposta na ponta dos dedos, não sabiam, mas nas férias de verão a escola municipal em que eles estudam tava sendo posta de cabeça pra baixo.
As paredes caíram, agora é tudo um espaço só. E os móveis novos seguem o projeto pedagógico iniciado este ano.
“Os móveis têm múltiplos usos. A cadeira pode virar uma coluna, uma estante. O banco vira material de exposição. O banco vira uma estante, a estante vira banco. O projeto do ambiente da escola serve justamente a esse propósito de autonomia, construção, desconstrução, pensar, repensar”, diz o designer Jair Souza.
No primeiro dia de aula, a Maria Clara e o Giovanni tiveram uma surpresa: eles e os outros alunos do sétimo ano foram misturados com estudantes do oitavo e do nono ano. Do total de 180 alunos, formaram-se grupos de seis, para trabalhar em mesas redondas. Não há professor na frente da sala, não há um ponto para onde todos têm que olhar ao mesmo tempo. É onde a tecnologia entra no projeto da Rocinha: cada aluno vai usar um computador.
“A espinha dorsal desse tipo de trabalho aqui é tentar formar dentro do aluno o interesse em aprender. De dentro para fora. E assim ele vai buscar, na internet ou com as tecnologias, e a gente vai ajudar”, disse o professor de matemática Sérgio Luís de Matos.
Os professores passam a ser orientadores nessa busca de informações. E toda semana, os grupos de alunos vão mudar, de acordo com habilidades e necessidades detectadas em testes feitos nos computadores.
“Existem outras escolas inovadoras, não só no Brasil, mas em outros países do mundo também. A grande maioria delas aposta na ajuda das novas tecnologias pra auxiliar o aumento da qualidade da aprendizagem. A tecnologia é uma ferramenta, um facilitador”, explica o subsecretário de Novas Tecnologias Educacionais do Rio de Janeiro, Rafael Parente, sobre o porquê de a tecnologia exercer um papel tão fundamental.
Uma das escolas usadas como referência fica em Nova York. É chamada de School of One, ao pé da letra "escola do um". Nas aulas de matemática, os alunos chegam e vêem no mural o que vão fazer naquele dia. A tarefa é determinada pelo resultado de cada um nas atividades do dia anterior.
A diretora explica que, assim, os professores podem focar no ritmo de aprendizagem de cada aluno e não precisam esperar as provas pra descobrir as dificuldades deles.
O método é usado há três anos, e esses alunos começaram a se sair muito melhor nos testes estaduais de matemática.
Respeitar o tempo de cada um é a principal ideia de outro americano. Salman Khan estudou em Harvard, e foi tão bom aluno que teve o diploma entregue pelo então presidente Bill Clinton. Um dia, a sobrinha de Salman teve dificuldades em matemática. Ele morava longe e começou a explicar pela internet. Outros parentes pediram ajuda; Khan começou a postar as explicações. Hoje, esses vídeos têm mais de seis milhões de acessos por mês.
Salman Khan, que veio a São Paulo em fevereiro, diz que é coisa do passado ter 30 carteiras olhando para um quadro-negro, que os alunos não precisam andar juntos, compassados. “Não é preciso separar os alunos por idade, os mais velhos podem ajudar os mais novos”, diz. Ele fundou a Khan Academy e espalhou pelo mundo todas as videoaulas de matemática e de outras oito matérias.
A tradução para o português foi feita pela Fundação Lemann. E os vídeos chegaram a uma escola pública do bairro Capão Redondo, em São Paulo. É lá que Ana Beatriz de Souza estuda. Uma vez por semana, ela tem uma aula diferente.
Os alunos se organizam de acordo com os resultados conseguidos na semana anterior. Cada um deles pega o seu computador e começa a jogar. A Ana Beatriz está aprendendo subtração.
“Então a gente vai conseguindo passar de níveis. Eu já estou na Subtração II. Estou conseguindo e estou melhorando na matemática”, diz Beatriz. A regra do jogo é esta: a cada exercício que a Beatriz acerta, ela ganha um planeta do sistema solar. Quem dá asas à imaginação consegue transformar a aula numa grande aventura. “Se acertar tudo, vai chegar lá no sol”, conta a menina. Se a Beatriz acha difícil uma questão, e a viagem espacial é interrompida, ela busca na tela um dos vídeos do Salman Khan.
No fim, os professores recebem um relatório gerado pelo computador. Ficam sabendo na mesma hora quem precisa de ajuda, quem evoluiu e como a turma deve ser organizada na semana seguinte.
Em uma escola particular, também em São Paulo, cada um dos alunos têm, cada um, um tablet. Mas todos acompanham juntos as projeções feitas pelos professores. É como se as velhas apostilas ganhassem a uma versão virtual.
“O que nós fazíamos em 50 minutos, agora a gente consegue fazer em 10, 15. O professor ganha tempo, condição de melhorar as aulas e o aluno ganha muito mais conteúdo, conhecimento e prazer. A gente vê que eles fazem com prazer”, conta a professora Sandra Petracco.
O programa criado por uma empresa mexicana já foi vendido para 700 escolas na América Latina, 150 só no Brasil. Para o estudioso da informática educacional Henrique Sobreiro, é preciso avançar e mudar os métodos.
“Nós ainda estamos numa fase de usar a tecnologia para fazer as coisas velhas. Ou seja, fazer melhores provas, fazer o aluno prestar mais atenção, fazer o professor dar melhores aulas. O que a tecnologia serve é para aula, para escola, ser diferente”, analisa Sobreiro, doutor em educação pela Uerj.
A maior iniciativa do governo federal ainda aponta para a primeira etapa desse processo todo: a inclusão digital dos professores da rede pública. No ano passado, o Ministério da Educação repassou R$ 180 milhões aos estados para a compra de 600 mil tablets, que vão ser entregues a esses profissionais. Agora, aos poucos, os estados estão vendo o que fazer com a verba.
Em Minas Gerais, a Secretaria de Educação comprou 62 mil tablets, que vão ser distribuídos para todos os professores do ensino médio da rede pública. O primeiro grupo está sendo capacitado para o uso da nova tecnologia. O primeiro aplicativo instalado no tablet serve para ensinar os professores a usar a tecnologia touch screen. “Com a entrada da tecnologia, seja reinventando o tablet e outras coisas que vão para a sala de aula, a educação passa a ter um pouquinho mais de sentido para o aluno”, diz o professor Davi Barroso.
Experiências como a da Rocinha são mais caras: a escola custou R$ 3,5 milhões. Para conseguir esse dinheiro todo, a prefeitura fez parceria com 17 empresas.
“É uma falha pensar que existe uma privatização da educação quando isso sempre existiu. Eu acho que a cautela principal é: o que os alunos aprendem não pode ser influenciado pelas empresas. Elas podem até questionar, mas elas não podem decidir”, conta o subsecretário Rafael Parente.
E tudo ainda são apostas.    
“São poucas experiências, mesmo em nível mundial, que tenham realmente uma mudança de paradigma da educação instalada nas suas escolas, que você possa medir o impacto da tecnologia”, avalia a doutora em psicologia da educação da PUC de São Paulo Maria Alice Setúbal.
“A importância da introdução da informática na escola não é para melhorar o rendimento escolar, é porque a informática faz parte do mundo. Então, se você não dá habilidades de começar a controlar essa máquina, você está retirando uma possibilidade de cidadania dela. A questão é como é que nós vamos melhorar a sociedade sem que, na escola, a gente ensine as crianças a dominar esse equipamento”, conclui Sobreiro.

Referencia onde foi retirado o texto:

http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2013/03/escolas-publicas-apostam-na-tecnologia-dentro-das-salas-de-aula.html

EDUCAÇÃO DIGITAL E TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO

EDUCAÇÃO DIGITAL E TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO
Apresentação da série
                                                                                                                                                                                 Alberto Tornaghi
A série Educação digital e tecnologias da informação e da comunicação, que será apresentada no Salto para o Futuro/TV Escola (SEED/MEC) de 29 de setembro a 3 de outubro, visa propor um debate com professores e diversos especialistas sobre o uso pedagógico das tecnologias de informação e comunicação nas escolas, tendo em vista que, cada vez mais, as tecnologias integram a vida de alunos e professores, possibilitando diferentes formas de aprender e ensinar. A série vai apresentar as ações do Programa Nacional de Tecnologia Educacional – ProInfo, programa da Secretaria de Educação a Distância (SEED), do Ministério da Educação, que tem como objetivo promover o uso pedagógico das Tecnologias da Informação e da Comunicação na rede pública de Ensino Fundamental e Médio.  A série discutirá também o ProInfo Integrado, criado no contexto do Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE, do Ministério da Educação. No conjunto de ações propostas no PDE, o ProInfo Integrado expressa a convicção de que, na sociedade contemporânea, a inclusão digital é direito de todos os cidadãos, devendo, pois, ser levada em conta no processo educacional. Assim, o ProInfo Integrado busca promover o uso pedagógico das tecnologias da comunicação nas redes públicas de educação básica. O Programa Nacional de Formação em Tecnologias na Educação – ProInfo Integrado é a expressão do esforço de articulação e integração institucional de programas, projetos e ações da SEED/MEC, em parceria com as Secretarias Estaduais e Municipais de Educação.  Toma como ponto de partida toda a experiência construída pela SEED/MEC na área de formação de professores e gestores escolares voltada para o uso das TIC na Educação, em parceria com estados, municípios e instituições de ensino superior.
Quem é o ser que educa?
Na proposta pedagógica da série Educação digital e tecnologias da informação e da comunicação discute-se quem é o ente educador, a rede que constitui a entidade heterogênea que educa. Esta entidade é composta por seres humanos e não-humanos e inclui professores, administradores, pessoal de apoio, alunos, pais, comunidade circundante, regimento da escola, cadeiras, quadros de giz ou de pilot, computadores, vídeos, gravadores, cadeiras, mesas, livros, cadernos...

A escola, o que é?

Quem é a entidade que realiza a educação? Seria o professor, ser humano que foi preparado para ensinar? Seria o aluno, com sua participação intelectualmente ativa que educa a si mesmo? Seria o ambiente físico em que o aluno está imerso, que provoca reações e o obriga a construir conhecimentos, competências, habilidades, inteligência? Seria o ambiente semiótico, que provoca desequilíbrios e a necessidade de ser entendido, e que exigiria resposta em código similar? Seriam todos eles juntos? A entidade que educa é uma rede que inclui a escola, mas não se encerra nela. A rede que educa é mais ampla, salta os muros da escola e vai à rua, às casas das pessoas, passa pela TV, rádio, jornais, jogos e por cada um dos fatos e artefatos presentes no entorno do educando. Lanço mão, aqui, de conceitos e métodos da área dos Estudos de Ciência & Tecnologia & Sociedade (ECTS) para tratar o que pretendo discutir. Latour [1997, p. 294 e segs.] usa o conceito de rede para definir a tecnociência, a entidade sociotécnica que produz fatos e/ou artefatos.  Uso a mesma conceituação para definir a rede que educa como uma coleção de actantes e suas relações. Essa rede, que passarei a chamar de rede-educação, inclui, pelo menos, a escola – com suas paredes, equipamentos e os humanos que por ali transitam, bem como as secretarias de educação, os conselhos de educação que ditam e registram suas regras, as instituições de ensino superior que formam e diplomam professores e as editoras de livros didáticos que, freqüentemente, contribuem na decisão sobre aquilo que será ensinado nas escolas. Cada um destes actantes é, em si, um nó e uma rede. E o que é a escola? É também uma rede, um ser complexo, heterogêneo, composto por actantes, por seres humanos e não-humanos. Entre os seres humanos podemos incluir, pelo menos, os professores, os alunos e seus pais ou responsáveis, os administradores e o pessoal de apoio, além dos estatutos que são acordos entre humanos. Entre os seres não-humanos, temos os laboratórios, quadros de giz ou de pilot, cadeiras, mesas, livros, cadernos, computadores, televisões, máquinas de reprodução e cópias, etc. Cada um destes seres contribui de forma particular e característica para a constituição deste espaço de produção e
de reprodução intelectual. Banheiros limpos, ou sujos, educam e ensinam de forma diversa; equipamentos que funcionam, ou destruídos, ensinam, no mínimo, o valor que tem a escola para quem a freqüenta. Jardins e o direito de pisar neles, ao discutir ecologia, ensinam sobre o valor e a função de leis e estatutos. É a negociação entre estes actantes que define, em cada escola, em cada nó da rede-educação, o que é educar, o que deve ser transmitido, quais hábitos desenvolver, que competências e habilidades serão trabalhadas, quais conhecimentos e estruturas de pensamento serão construídos.
Nem sempre os actantes, em cada escola, têm clareza das escolhas que implementam. Freqüentemente, opções realizadas em pontos da rede-educação externos à escola são levadas a cabo de forma pouco evidente para os actantes que atuam em cada escola em particular.  Nunca a escola é inteiramente decidida onde ela se realiza, tem sempre contribuição dos demais pontos da rede-educação. Nunca a escola é inteiramente definida pelos outros pontos da rede-educação, tem sempre, também, conformação local. Nesta série, vamos debater sobre como a preparação ou a formação dos actantes da rede – incluindo educadores, tecnologia e a relação entre eles – pode contribuir para que a escola assuma, cada vez mais, a atribuição de decidir localmente quais contribuições da redeeducação acatará e quais serão confrontadas e reconfiguradas localmente. Cabe, então, discorrer brevemente sobre de qual escola estamos falando, qual hipótese vamos angariar forças para defender.

A escola necessária

Qualquer iniciativa que vise melhorar a qualidade do ensino, buscando impactar o desenvolvimento da nação, deve eleger a escola como agente transformador. É o que afirmam diversos autores, entre eles Enguita [2004, p. 46], quando dizem que “(...) as nações não nascem, mas se fazem... O principal instrumento deste processo é a escola, que serve para estender à massa da população o que sem ela não seria nada mais do que cultura da elite, ou de uma elite...” Também em Unesco [2003] encontramos concordância com a afirmação, ressaltando, ainda, a importância especial que tem a escola como ambiente social nos países em desenvolvimento. A escassez de espaços públicos de lazer, cultura e convivência social saudável para crianças e jovens faz recair sobre a escola, com grande freqüência, a responsabilidade de ser a única referência positiva de sociabilidade e formação para enorme parcela desse extrato da população.
O fato traz possibilidades e desafios para as escolas. Cabe perguntar não só que escola construir, mas o que fazer e como fazê-lo de modo a contribuir para que ela cumpra o seu papel, agora ampliado em diversas vertentes, quando comparado ao papel da escola de há alguns poucos anos.  Entendemos que a escola, em cada local, deve assumir contornos próprios a partir do diálogo com a realidade em que está inserida. A autonomia da escola para construir o seu projeto político-pedagógico deve ser respeitada, estimulada e provocada. A escola, cada escola, deve assumir, de forma clara e consciente, as decisões pelo que implementa e realiza, e as escolhas devem ser talhadas em cada local, conforme os interesses ali colocados. A proposta é constituir uma escola em que as contribuições vindas de outros nós da rede-educação sejam compreendidas e adaptadas às necessidades e escolhas locais.
Ora, tal escola é um ser que se conhece, que reconhece parceiros, que identifica e aprende a lidar com antagonistas e antagonismos, que identifica similaridades e diferenças com outras escolas, que, ao perceber diferenças ou semelhanças, é capaz de avaliá-las e confrontá-las com suas escolhas e com seu próprio projeto, adaptando-o e modificando-o na medida do necessário e dos seus próprios interesses. Esta é uma escola que, obrigatoriamente, troca com pares, que é capaz de registrar o que é, como é e o que projeta e planeja, que produz inscrições , documentos em diversos meios e formatos, acerca de suas escolhas e planos e de como se apresenta a cada instante. Esta é uma escola que produz e troca com seus pares, uma escola que se reconhece como produtora de artefatos. Ela é uma rede em si e se coloca como partícipe ativa de uma rede maior que reúne outras escolas, secretarias e comunidade, entre outros actantes.
Os artefatos que produz esta escola, com certeza, não são novas teorias científicas, mas tratam de formas de ensiná-las. Os fatos ou artefatos que produz a escola tratam da forma particular de tratar, compartilhar, distribuir por sua rede local o conhecimento que circula por dentro dela. Tratam, também, de como o conhecimento é trabalhado, contextualizado e reconstruído localmente pela rede de actantes daquela escola. Para que seja uma escola que troca estes saberes, que troca artefatos com seus pares e com actantes de outras redes, precisa ser um ente que produz artefatos, que produz conhecimento. O que se troca são inscrições. A escola com cuja construção pretendemos contribuir é, portanto, uma escola que produz conhecimento e o troca com outros pontos da rede-educação. É uma escola que reproduz conhecimento produzido além de seus muros, produz conhecimentos intramuros e os troca além muros. Não se abandonam os conhecimentos produzidos fora da escola, busca-se abandonar a subserviência a eles e a quem os produz. Esta é, portanto, uma escola autora, que tem autoridade para criar práticas e artefatos e trocá-los com outros. Mas, se é verdade que a escola assume formas particulares nos diversos espaços, também é fato que deve atender a alguns requisitos básicos, entre eles:

 .Ser espaço em que seu alunado possa construir conhecimentos e competências, assim como ampliar os já construídos ao longo de sua vida pregressa;
• Oferecer a seus alunos e alunas sólida formação básica, que os prepare não só para seguir sua vida escolar, como para realizar as escolhas que a vida lhes apresenta a cada instante. Muito mais do que apenas oferecer conteúdos compartimentados por "áreas do saber", o ensino deve focar a formação (e o conhecimento) como meio para viver e ampliar a capacidade de interferência no entorno;
• Oferecer educação que valorize tanto as dúvidas como as respostas; que leve os estudantes a desenvolver visão crítica do mundo que vêem e criam, do próprio conhecimento e de seus meios de produção;
• Levar alunos e alunas a entender o conhecimento como instrumento de comunicação e de intervenção no mundo real;
• Estar firme e vivamente ligada à comunidade em que se insere, trazendo para o universo escolar as questões cotidianas do meio em que se encontra. O que não significa um processo artificial de contextualização das disciplinas que ali são lecionadas, mas que os conhecimentos trabalhados tenham sentido e significado a partir da clareza de sua função social;
• Contribuir para a inclusão digital, oferecendo a estudantes e professores acesso às Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), gerando competência para que sejam tanto leitores como autores nestes meios;
• Ser flexível e receptiva às mudanças ocorridas no seu entorno e estar preparada para promover transformações em si, garantindo seus interesses sempre que ocorram mudanças na rede-educação.

O educador necessário

Dentre os responsáveis por elaborar e colocar em prática esse projeto estão os educadores. Educadores são atores privilegiados na escola, que a freqüentam cotidianamente, trocam e negociam para dentro e para fora da escola, têm atuação tanto intra-rede como inter-redes, são os porta-vozes tanto da escola frente aos demais actantes da rede-educação como destes em relação aos estudantes. É dos actantes que se espera a condução da maior parte dos processos que ali ocorrem, desde as práticas cotidianas à proposição e à execução de propostas de transformação e mudança. Almeida (2005a, p. 2) afirma que é necessário “desenvolver processos formativos que privilegiem a formação em serviço, com base na reflexão sobre a própria prática (...), para a definição de estratégias de formação a partir das necessidades contextuais dos formandos e criando condições para a autoria coletiva” (negrito meu).
O educador que é capaz de construir a escola descrita no item anterior precisa estar permanentemente preparado para propor e implementar as ações necessárias à sua transformação. Este é um estado mutante, em equilíbrio instável. Não se prepara um professor como se fosse a preparação de uma “receita”, na qual os ingredientes são colocados antes que seja “servido”. O professor prepara-se em tempo real ou, para dizer de forma mais apropriada, enquanto, a um só tempo, “serve e é servido”, enquanto atua, ao ser professor, enquanto ensina e aprende ao ensinar. Todo educador, como qualquer estudante, não é formado por agentes externos, forma a si em interação constante com seu entorno. A formação é permanente e provisória como os saberes e conhecimentos com que trabalha. Precisa, constantemente, ampliar o domínio e a segurança sobre os conteúdos com que trabalha, dominar os meios que utiliza, vislumbrar as possibilidades de estabelecer parcerias com outras áreas do saber e com outros actantes, fazer as negociações necessárias para incorporar as inovações, na medida e na forma que sejam capazes de contribuir para o projeto de escola em que estão colocados seus interesses.
Esse profissional precisa desenvolver de forma permanente e em parceria com seus pares:

• formação teórica ampla, consistente e visão contextualizada dos conteúdos de sua área de atuação, de forma a garantir segurança em seu trabalho e viabilizar o estabelecimento de parcerias, com vistas ao desenvolvimento de ações e à produção interdisciplinar;
• formação ampla e consistente sobre educação e sobre os princípios políticos e éticos pertinentes à profissão docente;
• formação que permita entender a gestão como instrumento para a mudança das relações de poder nas diversas instâncias do sistema educacional;
• domínio das tecnologias de informação e comunicação;
• freqüente comunicação com pares e com instituições de ensino e de pesquisa;
• capacidade de manter-se permanentemente atualizado não só em questões educativas e de sua área de conhecimento como também no que se refere à produção científica e cultural;
• visão clara sobre quem são seus alunos e alunas e o espaço cultural em que se encontram estudantes e escola;
• compreensão dos processos de aprendizagem, de modo a ser capaz de trabalhar com as diferenças individuais e necessidades especiais dos estudantes.

Essas são questões básicas, necessárias a um educador que é capaz de ensinar com segurança a seus alunos os conteúdos pertinentes à sua disciplina e de negociar, com seus pares, as interlocuções que criem possibilidades de ações interdisciplinares. Mas isso ainda não o faz um actante capaz de contribuir para que a escola migre de centralmente reprodutora para produtora de saber.
Se pretendemos construir uma escola autora, que produz fatos e troca com seus pares, seu principal porta-voz deve ser o educador que nela atua. Cabe a ele a tarefa de produzir as inscrições com as quais o ente escola troca com outros actantes. Este é, portanto, um ente capaz de produzir inscrições, que desenvolve e amplia a experiência de autoria, de produção intelectual. Falta ao rol de características, enumeradas acima, a prática cotidiana de autoria. A prática profissional comum de professores da escola de educação básica é da comunicação oral e não escrita. Autoria e produção de inscrições de forma sistemática e regular e a troca com pares além muros são competências que estão por serem desenvolvidas.  Essas competências podem colaborar para que o educador tenha capacidade e segurança para migrar do papel de re-produtor de conhecimentos produzidos por terceiros e subserviente a esses para o de produtor de conhecimento, autor de seu projeto profissional e de bens culturais, inclusive propostas pedagógicas e materiais de apoio à educação, que troca e dialoga com outros actantes da rede. Assim, troca-se a subserviência pela parceria. É essencial que processos de formação de educadores, como os que discutiremos, tenham concepção condizente com as transformações e com a prática que se espera na escola. O processo formativo de educadores, incluindo tanto a formação inicial como sua continuidade ao longo de toda a vida do profissional, não é um fim em si mesmo, mas um meio de construir a escola que seus atores avaliam que necessitam e desejam. Esta construção é permanente, o que implica que o processo de formação seja, também, permanente.
Um programa de formação que atenda a tais orientações deve desenvolver meios e estratégias para que os educadores nele envolvidos sejam capazes de propor e realizar a escola que se faz necessária em cada região, em cada comunidade.  Como professores e gestores escolares não são os únicos actantes envolvidos nesta construção, é necessário negociar com os demais e fazê-los aliados na empreitada de dar forma ao projeto ideal de escola que é cabível em cada comunidade. Planejar o ideal e erigir o realizável. Esta é outra competência que há que ser forjada e exercitada nos processos de formação, a negociação com pares e com antagonistas, a capacidade de fazer parcerias e adaptações que garantam o atingimento dos pontos essenciais do projeto que é planejado em cada escola.

Conclusão

O proposto neste texto como conceituação de escola, de professor e de suas relações pretende evidenciar que a formação que se faz necessária vai muito além da que comumente é oferecida a docentes que, em geral, tem caráter pontual e individual. Forjar uma escola autora não é ensinar alguns professores a escrever. Forjar uma escola autora implica fazer com que a rede que a constitui aprenda a produzir inscrições, de forma coletiva e colaborativa. O ente que precisa de formação é, portanto, este ser heterogêneo, composto por humanos e não humanos, a rede de relações que é a escola como um todo.  Uma escola em que seus actantes se formam e aprendem juntos e em rede, tanto conteúdos novos como a produzir inscrições, que enfrenta a própria ignorância e a transforma em saber,
aprende a ser capaz de defender seus interesses. Uma escola que olha para si e para aquilo que faz, que transforma o que faz em fatos e artefatos e os troca com outros actantes é capaz de reconhecer a si como produtora de fatos. Uma escola assim tem consciência do que é e do que pode, será capaz de definir sua identidade, de fazer alianças que a defendam e de enfrentar os antagonismos que certamente surgirão. As questões discutidas e as relações analisadas estão orientadas pela perspectiva de construção de uma escola autora, que constrói e conquista autonomia de produção. Não há neste estudo – nunca há – nenhuma neutralidade. Nesta série, vamos discutir como os recursos oferecidos pela SEED/MEC, através do PROINFO, podem contribuir para a constituição desta escola, para a formação desta rede que educa e aprende.
Referencia onde tiramos o texto:
http://www.tvbrasil.org.br/fotos/salto/series/173815Edu-digital.pdf